Dia 23 de dezembro recebemos a notícia de que teríamos que entregar
nosso apartamento. Presentão de Natal, né? A partir daí entramos em ritmo
frenético para encontrar um apartamento nos 30 dias que tínhamos de prazo. E
além de querer um lugar agradável para a gente, queria que a casa nova fosse
boa para a Marie. Ou seja, queria que tivesse no mínimo dois quartos (um que
pudesse ficar fechado para esconder os aparelhos eletrônicos da Marie), de
preferencia uma varanda e que fosse em um lugar pouco poluído, já que a alergia
da Maroca parece piorar com poeira e poluição. Tarefa complicada, né? Mas nos
45 minutos do segundo tempo conseguimos! O apartamento novo tem uma varandinha estreita
mas bem agradável para a Marie e uma vista verde ótima. O próximo passo era
mudança. Sabia que o processo seria um pouco traumático para a gatinha, já que
ela sempre tinha vivido ali com a gente e já que os gatos parecem se apegar
bastante às próprias casas.
Para amenizar um pouco o trauma, resolvemos comprar uma caixinha nova de
transporte, maior, mais confortável e, o que é mais importante: sem associação
com veterinários ou outras experiências desagradáveis. Compramos a caixinha uma
semana antes da mudança e assim que chegamos em casa a Marie teve certeza de
que o presente era para ela. Foi amor à
primeira vista. Acho que ela estava mesmo incomodada com a caixinha anterior! A
segunda providência foi instalar a tela de proteção antes da chegada da Marie.
Estava tudo prontinho para ela.
Com a arrumação das coisas, a Maroca já estava sacando que alguma coisa
estava prestes a acontecer. Entrou em todas as caixas e malas, conferiu tudo, e
eu sempre com medo de que ela comesse o plástico bolha ou as fitas adesivas.
Gata com pica exige cuidado redobrado durante a mudança! No dia D, eu tinha
saído para comprar um plástico para cobrir o colchão quando os caras da mudança
chegaram. Segundo meu namorado, Marie ficou apavorada com a movimentação,
correndo de um lado para o outro. Coraçãozinho batendo forte. Tadinha. Quando
eu cheguei, fiquei no quarto com ela, enquanto mexiam nos outros cômodos.
Queria levar a Marie apenas quando tudo estivesse pronto na casa nova. Mas como
tivemos que tirar o ar-condicionado, tivemos que tirar antes a Maroca (já que a
parede ia ficar com aquele buraco super perigoso). Coloquei a Marie na caixinha
nova, peguei a vasilha com a areia sanitária e fomos para o novo apartamento.
Como a gatinha não associou a caixa de transporte nova com uma situação de
estresse, o caminho foi tranquilo, sem miados, só curiosidade.
Quando chegamos, abri a caixinha e Marie ficou deitadinha, sem coragem
de sair. Maroca ficou tão assustada que no primeiro dia ficou andando com a
barriga encostada no chão, se arrastando como uma cobra. Tadinha. E ficou com
raiva de mim! Me atacou várias vezes! Aparentemente, a maneira correta de se
introduzir um gato em um novo ambiente é colocá-lo para explorar um cômodo por
vez. Não foi o caso. Na correria, soltamos a Marie na sala de qualquer jeito,
mas aos poucos ela foi se acostumando.
No segundo dia ela não se arrastava mais mas ainda rosnava quando eu
pegava ela no colo. Até o terceiro ou quarto dia encontrávamos a gatinha debaixo
das cobertas quando chegávamos em casa. Mas pouco a pouco ela foi se
aventurando. Agora já espera a gente na porta e até passeia na varanda. Acho
que a gatinha vai acabar curtindo a casa nova. E a caixinha virou o porto
seguro da Maroca. Quando aparece algum estranho ela corre para dentro da
caixinha!
Nas fotos, Marie explorando as caixas, curtindo a caixinha de transporte e se aventurando na casa nova.
Nenhum comentário:
Postar um comentário