Eu sou meio
desligada em relação a fenômenos da internet. Por isso, só hoje descobri que
uma gatinha de três anos chamada Venus vinha atraindo a atenção do mundo todo
nos últimos meses e tinha sido até matéria do Fantástico recentemente. Para
quem ainda não conhece a Venus, ela é uma gatinha no mínimo curiosa. Ela possui
metade do rosto com pelagem preta e olho verde enquanto a outra metade tem
pelagem laranja e olho azul. O mais curioso é que a divisão é perfeita, como se
a gatinha tivesse sido pintada daquela forma. É realmente impressionante. Venus
ficou tão famosa que já tem página no Facebook (https://www.facebook.com/VenusTheAmazingChimeraCat) e fez até uma participação no Today Show (http://video.today.msnbc.msn.com/today/48824731#48824731).
Em entrevista à
National Geographic, a pesquisadora Leslie Lyons disse que a gatinha pode ser
resultado de mosaicismo ou quimerismo. O mosaicismo foi o fenômeno que eu
expliquei no meu post anterior. Como o gene para cor laranja ou preta está no
cromossomo X, em gatas fêmeas uma célula pode ter o gene de cor preta “ligado”
e a célula vizinha pode ter o gene de cor laranja “ligado”. No caso da Venus,
essa exótica combinação teria sido então fruto do acaso. Em metade do rosto da
gatinha o gene de pelagem de cor laranja foi “ligado” e na outra metade o gene
da cor preta foi “ligado”. Mas tenho que admitir que a distribuição parece
perfeita demais para ser fruto do acaso.
A segunda opção é
a do quimerismo. Na mitologia grega, quimera era um monstro formado por partes
de leão, cabra e cobra. Em ciência, o termo é utilizado para se referir a um
organismo formado por células com material genético diferente. Além das
quimeras feitas em laboratório, algumas ocorrem naturalmente. Em vacas que têm
gêmeos, por exemplo, parece que é comum que os fetos compartilhem algumas
células e, desta forma, os dois
tornam-se quimeras. Da mesma
forma, durante a gestação, dois zigotos (cada um fruto da união de um óvulo com
um espermatozoide) podem se fundir formando um indivíduo único, a quimera.
Seria como se dois gêmeos se fundissem em um único indivíduo. Esse evento é
raro, mas poderia explicar a aparência da gatinha Venus. O mistério,
entretanto, só será solucionado após a análise do DNA da gata. O mais curioso
segundo Leslie, entretanto, não é a pelagem da Venus, mas o fato da gatinha
possuir um olho azul, característica de gatos albinos. Como ela mesma coloca: "She is a bit of a mystery". Quer
saber mais? Confira a reportagem da National Geographic em:
http://news.nationalgeographic.com/news/2012/08/120831-venus-two-faced-cat-genetics-animals-science/.
Abaixo, fotos da Venus retiradas da página dela no Facebook.
Essa gata é uma fofa!
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